No Brasil cidadão honesto anda de cabeça baixa

Quando o cidadão honrado deve andar de cabeça baixa e o elemento zeloso que denuncia um crime é o único punido

por Ana Amelia Mello Franco, quinta, 10 de março de 2011 às 09:10

O Brasil é conhecido mundialmente por suas belezas naturais, pela criatividade de seu povo e por seus fantásticos recursos naturais. Infelizmente, nem só de coisas boas é feita a nossa reputação externa. Somos também, considerados um país corrupto.

Com a corrupção política chegando às raias da loucura e a cara de pau de nossos políticos subvertendo até mesmo a realidade e onde moral e ético é ser canalha e os honestos devem envergonhar-se de sê-lo. Tornaram os acusadores e delatores das mamatas e das falcatruas que se sucedem em parias indesejados de uma sociedadepodre e distorcida. Enquanto os verdadeiros criminosos dão entrevistas indignadas e sentem-se ofendidos por serem chamados do que realmente são: Bandidos.

Quando o cidadão honrado deve andar de cabeça baixa e o elemento zeloso que denuncia um crime é o único punido; está na hora de mudar o caminho que as coisas tomaram, sob pena de assistir a uma deterioração de valores e uma irreversível vitória da barbárie frente à lei civilizada.

Nesse entendimento, caminharam os tribunais eleitorais regionais. Formados por juízes mais jovens e antenados com os reais anseios da sociedade que juraram velar, proibiram que políticos acusados de crimes se candidatassem e conseguissem com sua eleição o único objetivo que almejam: A impunidade.

Com a eleição; os escroques, assassinos, traficantes e qualquer outro meliante que tenha estômago para entrar nesse jogo sujo que se tornou nossa política, conseguem um atestado que os livra de praticamente todas as conseqüências de seus atos e lhes permitem cometer crimes à vontade.

Mas; como permitir que alguém acusado, várias vezes, por desvio de dinheiro público e estelionato; e que esteja sendo processado se eleja e consiga com isso a suspensão de todo o seu processo pelo período que durar o seu mandato? Como imaginar que se dá o poder e os meios desses canalhas retornarem para a guarda dos cofres que eles mesmos roubaram há muito pouco tempo?

Pois é. Com essa mentalidade acertada e levando em consideração que a população deseja uma política limpa e que os corruptos sejam pesadamente punidos e não que ganhem um “cheque em branco” para agir e roubar impunemente; nossos juízes regionais tentaram barrar esses inconvenientes ladrões descarados, impedindo-os de concorrer às eleições que se aproximam.

Mas, novamente, nosso judiciário retrógrado e afogado em privilégios; habitando os longínquos planaltos de Brasília e preocupados mais com os vincos de suas togas ridículas, meros resquícios de um passado que já morreu e de tradições ultrapassadas no mundo todo, cercam-se em seus castelos inatingíveis e, alheios à vontade de uma nação inteira, abdicam de seu direito de interpretar as leis e covardemente decidem a favor dos canalhas, dos maus e dos corruptos que se apoderam lentamente de nossa nação. Que, sem eles, poderia galgar muito mais rapidamente os degraus do progresso.

No Brasil, é impossível encontrar um poder constituído tão alheiro e distante ao sofrimento e as necessidades de seu povo como é o Poder Judiciário Brasileiro. Anacrônico, lento e incapaz de libertar-se de privilégios e vícios de um poder velhusco e caquético e carecendo de renovação; tanto nas mentes quanto nos processos.

Mais do que indignação cabe ao povo protestar pela ineficácia e pela mentalidade servil que esses juízes apresentaram ao decidir favoravelmente aos maus. Talvez temendo retaliações do legislativo que os levassem a perder seus muitos e fartos privilégios nababescos. Talvez, por desconhecerem o real significado da palavra JUSTIÇA.

Pense nisso.