Carlos Lacerda " O CORVO "
É filho do consagrado cientista e médico Carlos Justiniano Ribeiro Chagas e de Íris Lobo Chagas. Casou-se, em 1935, com Anna Leopoldina de Melo Franco, tendo o casal quatro filhas: Maria da Glória, Sílvia Amélia, Ana Margarida e Cristina Isabel.
Iniciou o curso secundário no Colégio Resende e diplomou-se pelos exames do Colégio Pedro II. Aos 16 anos ingressou na Faculdade de Medicina da antiga Universidade do Brasil, formando-se em 1931. Foi logo depois praticar a profissão em Lassance, no interior de Minas Gerais. Essa experiência colocou-o em contato direto com os problemas nacionais, confirmando a decisão de dedicar-se ao ensino e à pesquisa científica.
Ingressou no Instituto de Manguinhos, onde fez sua formação científica, no tempo em que aquele instituto era dirigido por Carlos Chagas, recebendo o diploma de especialização em Físico-Química, em 1935. Em 1932 fora nomeado assistente da cadeira de Patologia e, em 1934, da cadeira de Física Biológica. Foi em Manguinhos que se dedicou às áreas básicas da Medicina, criou a cadeira de Biofísica no Rio de Janeiro e no Brasil, utilizando técnicas novas de Radiobiologia, Farmacologia, Fisiologia e Bioquímica.
Em 1937, passou de Manguinhos para a então Universidade do Brasil, tornando-se professor titular da cadeira de Biofísica da Faculdade Nacional de Medicina. Após aprofundar seus estudos em centros de pesquisa na França, Inglaterra e Estados Unidos, criou o Laboratório de Biofísica da Faculdade de Medicina, que se transformaria, em 1946, no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil. Imprimiu ali a formação multidisciplinar, associando a pesquisa ao ensino, em regime de dedicação exclusiva, e incorporando jovens com vocação científica. De seus laboratórios saiu toda uma geração de cientistas brasileiros, levando longe o nome do Rio de Janeiro como uma referência geográfica da ciência e da cultura. O Instituto de Biofísica é, hoje, um dos membros da International Federation of Institutes for Advanced Study - IFIAS.
Exerceu importantes postos administrativos, no Brasil e no exterior, sempre ligados à sua área, trabalhando pela formulação de uma política científica nacional. Foi diretor da Divisão de Pesquisas Biológicas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), de 1951 a 1954, e presidente da Academia Brasileira de Ciências, de 1964 a 1966. Chefiou organismos internacionais de pesquisa, como o Centro Nuclear de Porto Rico; foi secretário-geral da Conferência sobre a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, em 1962-63; e presidente do Comitê Científico para a Aplicação da Ciência e da Tecnologia ao Desenvolvimento, de 1966 a 1970, ambos da Organização das Nações Unidas.
Filho de Afrânio de Melo Franco e de Sílvia Alvim de Melo Franco e sobrinho do escritor Afonso Arinos. Casou-se com Ana Guilhermina Rodrigues Alves Pereira ( neta do Presidente Rodrigues Alves ), com quem teve dois filhos. Era irmão de Virgílio Alvim de Melo Franco.
Formou-se em 1927 na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro), começando a carreira como promotor de justiça da Comarca de Belo Horizonte. Viajou para Genebra, a fim de aperfeiçoar seus estudos. De retorno ao Brasil em 1936, iniciou a carreira de professor na antiga Universidade do Distrito Federal, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro ministrando aulas de História do Brasil. Atuou ainda como professor no exterior ministrando cursos de História Econômica do Brasil na Universidade de Montevidéu, 1938; curso na Sorbonne, em Paris, sobre cultura brasileira, em 1939 e cursos de literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Buenos Aires, em 1944.
Em 1946, foi nomeado professor de História do Brasil do Instituto Rio Branco, Instituto este responsável pela formação e aperfeiçoamento profissional dos diplomatas de carreira dogoverno brasileiro. Foi catedrático de Direito Constitucional na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e na Universidade do Brasil.
[editar]Carreira política
A carreira política de Afonso Arinos começou em 1947, quando foi eleito deputado federal por Minas Gerais em três legislaturas (de 1947 a 1958). Foi líder da União Democrática Nacional até 1956, e depois líder do bloco da oposição ao Governo Kubitschek até 1958. Dois fatos, sobretudo, marcaram fortemente a sua presença na Câmara dos Deputados: a autoria da lei contra a discriminação racial, que tomou o seu nome (Lei n. 1.390, de 3 de julho de 1951) e o célebre discurso, pronunciado em 9 de agosto de 1954, pedindo a renúncia do Presidente Getúlio Vargas. Quinze dias depois o presidente suicidou-se no Palácio do Catete.
Em 1958, foi eleito senador pelo antigo Distrito Federal, hoje Estado do Rio de Janeiro. Permaneceu no Senado até 1966, mas afastou-se duas vezes do cargo para assumir o Ministério das Relações Exteriores, no Governo Jânio Quadros, no qual implementou a Política Externa Independente (PEI) e no regime parlamentarista do primeiro-ministro Francisco Brochado da Rocha (1963).
Foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar a África, estando no Senegal do então Presidente Leopold Senghor (1961). Chefiou a delegação do Brasil nas Nações Unidas, durante as Assembléias Gerais de 1961 e 1962. Foi embaixador extraordinário, participando do Concílio Vaticano II (1962), terminando com a Chefia da delegação brasileira à Conferência do Desarmamento, em Genebra (1963). É de sua autoria o capítulo sobre declaração de direitos que consta da Constituição de 1967.
Foi nomeado, pelo presidente José Sarney , presidente da Comissão Provisória de Estudos Constitucionais (denominada Comissão Afonso Arinos), criada pelo Decreto n. 91.450 de 18.7.85, com o objetivo de preparar um anteprojeto que deveria servir de texto básico para a elaboração da nova Constituição. E, em 1986, aos 81 anos, elegeu-se senador pelo Partido da Frente Liberal. Foi membro do Instituto dos Advogados Brasileiros, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, membro do Conselho Federal de Cultura (nomeado em1967, quando da sua criação, e reconduzido em 1973). Faleceu em pleno exercício do mandato de senador, em 1990. À época, encontrava-se filiado Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), por defender este, em seu programa partidário, a implantação do parlamentarismo no país.
[editar]Prêmios e títulos
Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro;
Intelectual do Ano em 1973 (Prêmio Juca Pato, da Sociedade Paulista de Escritores);
Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil, pela sua biografia de Rodrigues Alves.
[editar]Prêmio Jabuti
Recebeu o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por duas vezes, quando da publicação de dois dos seus volumes de memórias: em 1969, por Planalto, e 1977, por Alto-mar maralto.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Em 19 de julho de 1958 tomou posse da cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras, recebido pelo acadêmico Manuel Bandeira.
Pai de tio Jose Nabuco
O que dizer de Tio José Nabuco ,posso dizer que passava horas conversando com ele no escritorio ou na sua biblioteca que na decada de 70 tive o prazer de morar na casa dele e de tia Maria do Carmo posso contar do fantastico sorvete que Geraldo copeiro da familia nos trazia para como ele falava " adoçar a conversa " ou que aprendi a resar na capela do jardim ou mesmo que pagou prof de natação " tem que ensinar a essa menina afoita a nadar "anos depois no escritorio tinha muitas conversas sobre duvidas juridicas que teimosa como sou (dizem que é o sangue Mineiro) ia checar com Tio Afonso Arinos la na rua Dona Mariana ,na quela epoca não me dava conta do privilegio que tive de ter tamanhas assumidades como referencias masculinas .